Saturday, June 4, 2016

Wikileaks mostra que Temer é ainda mais próximo dos EUA, diz Greenwald

Jornalista revela que novos documentos demonstram que presidente interino contribui em espionagem Fania Rodrigues e André Vieira Rio de Janeiro (RJ), 02 de Junho de 2016 às 11:35 Nascido nos EUA, Glenn atualmente é correspondente do jornal The Intercept no Rio de Janeiro. - Créditos: Reprodução Nascido nos EUA, Glenn atualmente é correspondente do jornal The Intercept no Rio de Janeiro. / Reprodução Glenn Greenwald é o jornalista responsável por um conjunto de matérias que revelou ao mundo as espionagem do governo dos Estados Unidos por meio da Agência Nacional de Inteligência (NSA, sigla em inglês). Entre as espionadas estava a presidente Dilma Rousseff. Nascido nos EUA, Glenn atualmente é correspondente do jornal The Intercept no Rio de Janeiro e foi o primeiro jornalista a entrevistar Dilma após a votação do processo de impeachment na Câmara dos Deputados, em 17 de abril deste ano. Confira a entrevista completa: Brasil de Fato - O site Wikileaks chegou a denunciar que o presidente interino Michel Temer seria informante dos Estados Unidos. O que você pensa dessa relação? Glenn Greenwald - Quando o Wikileaks divulgou esses documentos pela primeira vez, quatro anos atrás, foram feitas algumas matérias no jornal Folha de S. Paulo e em outros jornais. Na época, ninguém prestou muita atenção porque as pessoas não se importavam muito com Temer. Mas agora, claro, o foco está nele. O que o Wikileaks disse agora é que o Temer está espionando o Brasil, junto aos Estados Unidos. Esse documento mostrou um comportamento muito raro, muito estranho, muito suspeito. Para mim esse documento subiu o nível da espionagem ou traição. Eu acho que esses registros são muito interessantes porque mostram que Temer é muito próximo dos EUA. Tem muitas pessoas achando que esse impeachment é para afastar o Brasil dos Brics [grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul]. Querem o país longe da China e mais próximo dos EUA. E esse documento é uma evidência de que o presidente é uma pessoa que tem um relacionamento muito próximo com os EUA. Na realidade ele estava passando informação não pública a um governo estrangeiro. Acho que, pelo menos isso, deve ser investigado. Como você vê a postura dos EUA nesse processo de impeachment no Brasil? Essa questão sobre o envolvimento dos EUA com a política interna do Brasil é muito sensível porque todos os brasileiros, ou a maioria do povo, sabem que os EUA estiveram envolvidos no golpe de 1964 e que apoiou muito a ditadura. Quando a presidente Dilma deu uma entrevista à RT [canal Russia Today] ela disse que não tinha evidências de que os EUA estariam envolvidos [no processo de impeachment]. O que eu posso falar, com certeza, é que o governo dos EUA tem uma preferência pelo governo Temer, se comparado ao governo do PT [Partido dos Trabalhadores]. O governo Temer oferece muito mais benefícios aos EUA, aos bancos estadunidenses e ao capital de Wall Street [mercado financeiro]. Então, acho que talvez eles não estejam apoiando o processo, mas aprovando, mostrando que eles não vão impedir. Um dia após a votação na Câmara dos Deputados, o líder da oposição, o senador Aloysio Nunes, foi para Washington e encontrou com políticos do alto escalão do governo dos EUA. Ele disse que estava indo dar informações, dizer que não é um golpe. Claro que quando um líder da oposição se encontra com membros do governo em Washington, nesse momento tão importante e sensível, levanta suspeita sobre o papel dos EUA nesse processo. https://www.brasildefato.com.br/2016/06/02/wikileaks-mostra-que-temer-e-ainda-mais-proximo-dos-eua-diz-greenwald/

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